29 março 2010

Memorial Referente ao Projeto Pluralidade Cultural-Diferenças na Escola: Educação Intercultural




O primeiro passo na criação do projeto foi a escolha do tema Pluralidade Cultural-Diferenças na Escola: Educação Intercultural.

A pluralidade cultural vem como tema do projeto por ter uma grande importância de maneira geral para a educação. A final não se pode deixar de lembrar que a própria historia da educação analisada aos olhos atuais é composta de preconceitos, e só com o estudo dessas diferenças culturais que nasce a necessidade da importância da quebra de todo e qualquer tipo de preconceito.

O tema foi baseado principalmente na mistura de indivíduos que trabalham e estudam na escola que foi posto o trabalho em pratica o projeto, e com fundamentação em um questionário levantado que o resultado foi justamente a migração e as contribuições culturais do estado para com os visitantes e dos visitantes para com o estado.

O principal objetivo do projeto foi de trazer a tona a realidade das diferenças culturais que é tão presente no Centro Educacional Fênix , realidade essa diagnosticada através do questionário aplicado, facilitando o relacionamento entre educador e educando. E ao mesmo tempo proporcionando a escola e aos alunos a conhecerem culturas diferentes quebrando preconceitos e adquirindo novos conceitos. Indica também formas de se juntar a interculturalidade a algumas disciplinas como estudos-sociais, história, geografia entre outras. E principalmente ajuda o educador a conhecer a realidade cultural, emocional e financeira dos alunos.

Para obtermos fundamentação teórica baseamos em textos de Vera Lúcia Candau; José Lacínio Pereira Backes; Renilda Lino; Stuart A. Hall que me fez entender que existem muito mais tipos de preconceito do que pensamos que quando nos referimos a diferença, abrange questão racial, posição econômica, acesso a globalização, questões físicas e mentais. E não somente o preconceito entre o preto e o branco que é de costume ser trabalhado e simplesmente achar que se combate o preconceito.

De inicio houve certa preocupação de como passar todas essas informações de forma clara para as crianças entenderem, foi a partir dessa preocupação que começamos a criar.

Resolvemos então iniciarmos com uma dinâmica onde eles sem tirar o lápis do papel desenharam um rosto; ao termino do desenho mostraram os seus desenhos aos colegas e foi muito interessante quando os despertamos para que notassem as diferenças e que assim como o desenho nós também não somos iguais e temos muitas características diferentes, mas todos somos capazes.

Continuamos com uma linda leitura sobre o pinto que nasceu quadrado e que ele e sua mãe foram tão descriminados a ponto de serem expulsos do galinheiro. Com esta atividade trabalhamos com a leitura e continuamos ressaltando a questão das diferenças. Partindo pro lado gramatical aplicamos um exercício onde tinha gravuras de crianças com varias características raciais eles completaram colando usando os artigos: o, a, os, as, um, uma. Foi interessante observar como eles ligavam as características das gravuras as de alguns colegas. Então procuramos explica-los o porquê dessas diferenças, e que por trás de todas as características existia a miscigenação e alguns fatores genéticos, entre outras.

Para descontrair trabalhamos de maneira pratica o tempo e as medidas, trazendo pro lado da matemática onde realizamos a receita do Bauru que é típica da região paulista e que cuja receita foi trazida por uma aluna da própria região.

Escolhemos essa por ser rápida facilitando a pratica, pois com a pesquisa realizada como citei de inicio tivemos acesso a outras receitas também, uma mais deliciosa que outra.

Em seguida eles tiveram o intervalo como faz todos os dias. Após o intervalo trabalhamos um pouco os ritmos musicais existente no Brasil, pretendíamos escolher uma dança típica para ensaiarmos com eles, mas como não tínhamos muito tempo optamos pela dança da cadeira onde passamos varias musicas de ritmos diferentes para a realização da brincadeira.

Mas onde mais notei o preconceito existente entre eles foram às ultimas duas atividades a brincadeira do caçador que foi adaptada do pic bandeira onde ganha quem obtiver maior numero de caça e na divisão dos times de futebol que foi o grêmio e o avaí. A escolha foi democrata venceu maioria.

Chamou-me atenção à questão da preocupação deles de serem sempre os primeiros, de serem melhores que outros, e a não aceitação das regras e principalmente a forma na qual eles procuram resolver estas situações.

Terminamos pedindo a opinião deles sobre a aula, perguntando o que eles assimilaram de tudo que havíamos falado desde o inicio da aula, foi maravilhoso o resultado e fiquei impressionada quando um aluno que havia desrespeitado as regras do jogo e foi retirado da brincadeira por um minuto se sentiu injustiçado e avaliou a aula como: “Foi a pior da minha vida”, mas no geral foi produtiva e muito satisfatória.

Obtivemos esse resultado graças à dedicação e comprometimento da equipe e com certeza a força de vontade que sempre foi bem maior que o tempo que tínhamos disponível para tal criação. Mas com certeza foi muito gratificante sentarmos no final da aula e percebermos que os nossos objetivos foram concretizados com sucesso e que conseguimos aplicar todas as atividades planejadas e que as duas que tínhamos planejado como carta- na- manga, enviamos para casa como tarefa de casa.

Claro que quando me referi a concretização dos nossos objetivos com sucesso, foi dentro do limite de cada aluno, da capacidade que eles nos demonstraram possuir.

Todos os funcionários da escola também nos apoiaram em todos os sentidos, nos deram muita atenção e colaborou sem dúvida para o sucesso da realização do nosso projeto.

Elaborar e por em pratica esse projeto foi sem duvida muito enriquecedor, pois muitos e muitos assuntos como esses já passaram despercebidos em minha vida e ao ler a fundamentação teórica e ouvir o ponto de vista das minhas duas companheiras de equipe sensibilizou-me para o fato de que tudo isso existe e faço tão pouco para mudar, pra ser sincera tão pouco fazia, porque com a pratica do projeto muita coisa mudou principalmente o meu olhar, hoje sem duvida é mais critico e criterioso para lidar com assuntos tão importantes em nossas vidas.

O mais importante ainda é relatar a imensa contribuição que obtive em minha vida pessoal e familiar com apenas seis meses de aula e realização de um projeto, mas não foi um simples projeto foi o primeiro que criamos, defendemos, aplicamos e avaliamos.

Trabalho na mesma escola em que foi posto em pratica o projeto e noto que contribuímos bastante para a instituição, que aquela aula marcou bastante as crianças que passam por mim e fazem comentários relacionados à aula, e outros alunos sempre me perguntam quando que vamos fazer o mesmo na sala deles, e rio com satisfação quando ouço eles dizerem para os amigos nos momentos em que brincam,” regra é regra tem que respeitar.”

Então finalizando o meu pensamento agreguei a experiência em minha vida de forma muito clara e objetiva onde frustrações não me cabem, ficou a lição que sempre precisamos mudar pra melhor e precisarei de muito mais tempo para continuar essa caminhada que não para por aqui.

Agradeço a dedicação da Adriana Aparecida e da Juliana Sardá que tanto se empenharam para juntas conseguir a pratica do nosso objetivo. Agradeço também ao nosso monitor Nei Martins que tão bem nos orientou.

Karine Brito Rocha
 

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